quarta-feira, outubro 18, 2006

Estória que eu odeio contar por que é mais uma daquelas que quem ouve jamais esquece.

Férias do trabalho

 

Aby é mesmo uma figura. É o cara que mantém a produtora animada. Do tipo sacana.

Sabe aquele tipo que não dá trégua? Que tudo é motivo de piadas? Pois é, esse é o tipo do Aby. Sacana com todo mundo. Não perdoa nem Gil, a coitada repórter de plantão, que vive vestindo calça, sapatos bico-fino e blusas simples, quase nunca se maquia. Em resumo: uma mulher nada atraente.

– Quando que você vai acordar na minha cama, Gil?

Não sei por que carga d'água Aby se interessou na repórter, sei que encarnou na coitadinha. Logo cedo ia a sua mesa e dizia uma meia pornografia

– Eita Gil, sou louco pra te chupar inteirinha...

– Para Aby, por favor... – respondia cabreira.

Gil se recolhia. Tímida, sem jeito. Aby passou, do meio para o fim do ano, sem dar descanso. Todos os dias. Todos os dias!

– Imagino esse seu corpinho despido sob minha cama! – Gemeu galanteador.

Assistindo essa novela e conhecendo Aby, não conseguia ter certeza de sua verdadeira intenção, se brincava ou falava sério. Sei que ele não dava espaço. Ninguém tinha interesse nenhum naquela moça, mesmo por que ela não tinha nada a oferecer. Não era bonita ou debochada...

– Você é maravilhosa! – Sussurrou no ouvido dela.

– Para. Por favor. – Retrucava.

O fim do ano foi aproximando, logo os setores produtivos e técnicos foram tomados por aquele sentimento terno, talvez natalino. Marcamos uma viajem a Porto de Galinhas, todo mundo da produção. Perguntei a ele se queria ir junto e me respondeu positivamente a ainda comentou: – Vai ser divertidíssimo!.

– Eu vou te pegar de jeito. Esses mamilos rosados... Ai meu Deus. Me aguarde.

Alugamos duas casas para dezesseis pessoas, entre homens e mulheres, numa mesma casa ficou Aby e Gil. Eu me hospedei nessa também e pude acompanhar de perto. Na segunda manhã de nossas esperadas férias, Gil aparece na praia vestindo um shortinho semitransparente marcando bem a cintura e uma blusa com biquíni por baixo.

Aby ficou estático.

– Tá vendo o mesmo que eu, Serjão? – Balbuciou.

Ele não quis nem comentar. Inclusive Renata, sua namorada, estava presenciando de longe. Numa oportunidade única Aby jurou chamar Gil na regulagem. Chegar junto e decidido.

Na sexta-feira ela apareceu, toda toda pro café da manhã, alguma marca do sol sob o ombro e na cintura, que estava bem visível já que ainda estava de calcinha. Aby enlouqueceu. Durante o resto do dia, ele preocupou-se em se divertir na praia e chegou cansado, foi dormir e nem se quer jantou.

Pela manhã acordou e deu uma volta pela casa, percebeu estar sozinho, cogitou em escrever uma carta ou, quem sabe, organizar uns textos que escrevera para a próxima edição de uma certa revista. Ouviu um zumbido cantarolado, reconheceu a voz, era ela. Andou pelos corredores da casa e se deparou com a própria. Gil usava um vestido longo de seda fina e quando percebeu a presença de Aby correu para o quarto. Ele a seguiu.

Entrou porta adentro e com os pés fechou-a. Pensou: – É agora que ela vai sentir.

Aproximou-se dela vagarosamente pensando: – ela vai correr, com certeza. Pra sua surpresa continuava intacta com uma cara de paisagem, mas olhando fixamente para dentro de sua alma através de seus olhos, como se pudesse descobrir seus sentimentos.

Encostou decididamente em seu corpo. Sua boca estava a um pelo de ameba da boca dela. Colocou uma das mãos no joelho dela, mais pro lado de dentro da perna e acariciou-a. Pensou: – Agora ela vai desesperar! – E nada. Subiu um palmo da rótula e viu suas belas coxas expostas e firmemente agarrou-a.

Gil não fazia nada que não fosse fechar e abrir os olhos lentamente como se esperasse algo mais. Subiu mais um pouco e agora podia contemplar o rosa da calcinha e as curvas quem findam suas perdas, bumbum e púbis. Agora ela vai sair correndo!, mas não.

Ela resolveu atacar. Caminhou em sua direção. Desamarrou a alça do vestido e deixou cair roçando por entre suas pernas. Aby levou a mão a testa e esfregou, limpando o suor e desacreditando. Ela desarmou o soutien e pluf! pluf!, os seios fartos saltaram pra fora movendo a massa de ar. Segurou a calcinha dos dois lados e tirou como num ritual.

Gil, agora nua, andou até Aby que estava encostado na parede, fazendo força com as pernas como se pudesse atravessá-la. Gil foi chegando mais perto e disse:

– Vem Aby. Estou louca, louquinha! Não via a hora de você me possuir toda. Chegou a hora meu gostoso! Vem! Vem! – Falava autoritária.

Ele foi recostando na parede cada vez mais e se afastando pro lado da porta. Ela continuou:

– Você disse Aby. Você disse! Prometeu e agora vai cumprir! Vai me chupar todinha, me fazer sentir nas nuvens! Vem! Me faz mulher garanhão!

Aby foi escorregando na porta, esquivando da investida de Gil. Conseguiu abri-la e saiu correndo gritando desesperadamente como se visse uma alma penada. Pude ver a sombra do danado correndo beira-mar.

Logo pela manhã Gil colocava, a cada dia que passava, gradativamente, um biquíni menor, fio dental e tudo mais. Depois desse fato o resto das férias passou a ser realmente divertido. Gil corria atrás de Aby e sempre sussurrava propostas em seu lóbulo:

– Quero engolir você! Fazer você pirar, gostosão!

– Para, por favor... – Respondia ele, todo sem graça.



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Thiago Moskito

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